Ao processo de criação lexical dá-se o nome de neologia. A unidade lexical resultante desse processo é denominada neologismo.
Os trabalhos sobre neologia lexical têm origem no estruturalismo, inscrevendo-se entre os trabalhos de descrição linguística. Os primeiros trabalhos de descrição de neologismos procuravam analisar uma área do ponto de vista da formação dos termos e do ponto de vista semântico, estruturando-a em subáreas. Um exemplo pioneiro dessa abordagem é a obra de Wexler, sobre a descrição do vocabulário francês das estradas de ferro: WEXLER, Peter. La formation du vocabulaire des chemins de fer en France. (1778-1842). Genève: Droz, 1950.
Com o advento da teoria gerativista, os estudos sobre neologia foram muito criticados, com base no fato de que a língua é um sistema de possibilidades e, assim, as novas unidades lexicais estão todas previsíveis no sistema da língua. Essa concepção, no entanto, não invalida os estudos neológicos, que se baseiam no emprego de unidades neológicas efetivamente atestadas, que vão refletir as novas necessidades dos falantes e o desenvolvimento da sociedade que utiliza uma língua. É, pois, um estudo em que é central a problemática da mudança linguística.
Desse modo, a neologia deve ser compreendida como um fenômeno sociolinguístico, que reflete as mudanças sociais e as necessidades dos falantes de uma comunidade lingüística. É o que Guilbert (GUILBERT, Louis. La créativité lexicale. Paris: Larousse, 1975) denomina neologia denominativa, que se opõe à neologia estilística ou expressiva, em que a intenção do falante é a de exprimir de modo inédito idéias não-originais ou uma visão pessoal do mundo.
O registro lexical de uma sociedade pode ser descrito por novas teorias, como a linguística cognitiva, que está permitindo uma nova perspectiva no estudo de vários tipos de formações de palavras. Fenômenos atualmente muito estudados, como a variação, a gramaticalização e a lexicalização também têm sido aplicados aos estudos neológicos.
Desse modo, os estudos sobre a neologia, que se referem a unidades lexicais atestadas, refletem os avanços da linguística contemporânea.
